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Mesmo no cenário mais otimista de mudanças climáticas, a Amazônia corre sérios riscos de se tornar um semi-árido. Estudo inédito com detalhamento regional dos impactos do aquecimento global foi lançado nesta terça-feira, em Belém, pela Vale e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O primeiro de uma série de três relatórios busca estimar o efeito estufa na vegatação, agricultura, biodiversidade e geração de energia nos Estados do Pará e Maranhão, onde a mineradora tem importante presença econômica. Os pesquisadores do Inpe estudaram a viaração em três períodos: 2010 a 2040, 2041 a 2070 e 2071 a 2100. Foram consideradas duas perspectivas com base nos estudo do IPCC, uma mais pessimista, com elevada emissão de gases de efeito estufa, e outra favorável, que leva em conta o cumprimento das metas de emissões definidas pelo Protocolo de Kyoto.
O relatório mostra o clima ne região se tornará cada vez mais quente ao longo do século. Já entre 2010 e 2040, a temperatura deve subir 2 graus centígrados do leste do Pará até o Maranhão. De 2041 a 2070, essa alta dobra, 4 graus centígrados. O mais preocupante é que, em qualquer dos cenários, o regime de chuvas deve sofrer praticamente o mesmo impacto: redução de 10% no primeiro período e de 20% no segundo. Para o período de 2071 a 2100, a conclusão do relatório é de aumento ainda maior da temperatura, podendo se elevar em 7 graus na região leste da Amazônia, com alternância de períodos longos de clima seco, com chuvas concentradas em poucas épocas do ano. A redução de precipitações nas áreas leste do Pará próximas à foz do rio Amazonas e norte do Maranhão pode chegar a 60% no cenário mais agudo e a 40% no menos pessimista.
O coordenador-adjunto do estudo do Inpe, Gilvan Sampaio, afirmou que a região é uma das mais vulneráveis ao aquecimento, porque está sob influência de importantes eixos climáticos e vem apresentando radicalização nos regimes de chuva e temperatura. "Os extremos climáticos estão cada vez mais freqüentes. Os períodos mais quentes estão ainda mais quentes, as chuvas estão cada vez mais concentradas e as secas de prolongam." Segundo ele, em todo o século 20, a temperatura subiu cerca de 0,8 grau e a expectativa para este século é de que aumente no mínimo 2 graus.
DiárioNet (br)