Luz Divina
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Crimes Esotéricos
Há uma tendência cultural em suspeitar de doença nas atitudes esotéricas que acabam resultando na morte de pessoas.
Sempre que nos deparamos com notícias sobre crimes bárbaros e cruéis que, de alguma forma envolvem crenças, satanismo ou coisas do gênero, há uma tendência popular em atribuí-los a alguma manifestação da "loucura". Imediatamente a psiquiatria é questionada sobre qual eventual tipo de doença mental estaria em jogo.
A primeira questão a ser esclarecida é sobre a vocação popular em considerar louca a pessoa que opta por alguma seita satânica. Quando procuramos na internet páginas que fazem referência ao satanismo, em português encontramos em torno de 5.500 delas, 4.000 em italiano, 7.400 em espanhol, 78.500 em inglês e assim por diante. Faça o teste você mesmo e digite a palavra nos principais mecanismos de busca.
Ora, seria muita pretensão da medicina psiquiatrizar toda essa população pelo simples fato de discordarem dos princípios religiosos tradicionais do mundo cristão, budista, muçulmano, etc. Não podemos, de forma alguma, psiquiatrizar as pessoas que não comungam a mesma crença religiosa ou mesma ideologia política tradicional do sistema. Se assim fosse, seria manifestação de loucura um cristão vivendo na China, onde existem mais de um bilhão de budistas, ou um muçulmano em auto-flagelação em nosso meio, tradicionalmente cristão e coisas parecidas.
O segundo tópico importante a ser considerado é sobre a negação cultural de características próprias da natureza humana, normalmente envolvidas na questão religiosa, tomando erroneamente por doença atributos próprios da espécie. Há uma tendência cultural em suspeitar de doença as atitudes que acabam resultando na morte de pessoas.
Talvez seja mais correto, cientificamente falando, considerar a doença sob o ponto de vista cultural e, em seguida, sob a ótica do sofrimento e, finalmente, de acordo com os estados onde a consciência esteja prejudicada, preferentemente nessa ordem. Se não fosse nessa ordem, ou seja, se negássemos os aspectos culturais, correríamos o risco de considerar doença os milhões de estados de transe, onde há severo prejuízo do estado de consciência, que se observam em determinadas culturas.
Um dos aspectos da natureza humana em questão é a perene característica do ser humano em conduzir sua vida, desde o nascimento até a morte, sob os princípios da barganha. Ele, o ser humano, concebeu Deus com o principal propósito de protege-lo, conforta-lo e impulsiona-lo corajosamente para a vida. É difícil ao cidadão comum entender um deus que se dedique à proteção e cumplicidade com, digamos, seu vizinho. Um deus que exista também para proteger e abençoar seus inimigos. "Se Deus existe, Ele haverá de proteger a mim e minha família, dar-me oportunidades e iluminar meu caminho.... O vizinho, ora o vizinho... Ele que encontre o deus dele..."
O exercício da bondade, fraternidade, humildade, honestidade, retidão moral e toda sorte de atitudes pretensamente honrosas, e que não são, de forma alguma, naturalmente fisiológicas ao ser humano comum, têm como objetivo, primeiro a reciprocidade, ou seja o desejo de que procedam assim também comigo e, em segundo lugar, que me garanta um lugar especialmente confortável no céu, se na terra eu não conseguir mais nenhuma vantagem com tudo isso de bom que eu sou.
E entre os egoístas seres humanos, existem sempre aqueles um pouco mais egoístas. Existem aqueles que, em não tendo suas ambições atendidas por si mesmos, porque isso demanda competência, dedicação, esforço próprio, determinação..., e por não serem atendidos também por um Deus desejavelmente atuante e participativo, optam por negociar com outras entidades mais fáceis, menos exigentes e mais fisiológicas. Ora, essa tendência em lavar vantagem e procurar alguém para fazer por eles não pode, de maneira nenhuma, caracterizar uma doença mental..
O que nos confunde é que, sociologicamente falando, as atitudes humanas são argüidas sob a ótica do comum e desejável como requisitos de normalidade, ou seja, como se diz vulgarmente, "bater na mãe e arrotar na primeira comunhão" só podem ser atitudes de pessoas endemoniadas. O mesmo se pensa em relação às barganhas (como as promessas dos cristãos) de pessoas satânicas.
O sacrifício no satanismo, que pode acabar em crime ou assassinato, reflete também uma barganha em clara intenção de benefício do proponente, portanto, sem necessariamente vestígio algum de insanidade. Normalmente o perpetrante de crimes satânicos sabe sim, e muito bem, discernir o certo do errado, sabe a natureza de seu ato e tem noção das leis.
Por outro lado, assim como existem doentes mentais nas artes, na militância política, entre militares, médicos, advogados, religiosos, etc... também existem doentes mentais entre pessoas que se comportam satanicamente. Portanto, em havendo Doença Mental, que tipo seriam elas? Ou melhor dizendo; quais as eventuais doenças mentais que favoreceriam o desenvolvimento de atitudes satânicas?
Crimes Satânicos
Em algumas ocasiões, o fascinante e desconhecido mundo do esoterismo pode converter-se num terreno escorregadio, atraente e perigoso para todas aquelas pessoas que se deixam influenciar pelo lado obscuro do comportamento humano e pelas possibilidades fantasiosas de sucesso fácil.
A sociedade, ao longo de sua história, tem registrado uma grande quantidade de crimes e homicídios de assustadora crueldade e propósitos torpes relacionados à crenças religiosas. Devemos pensar nesses crimes sob 2 pontos de vista; primeiro, devemos avaliar se eles não satisfazem aspectos de uma natureza humana destrutiva, ambiciosa e cruel (vide Estado Natural do Homem de Thomas Hobbes). Só depois disso, devemos ver se eles não refletem uma insanidade que encontrou no fanatismo religioso vazão às fantasias e aos delírios da doença.
A dinâmica desses crimes é variável, refletindo desde pretensas inspirações divinas, esdrúxulas influências diabólicas, espiritistas ou extraterrestres, até estranhos rituais com propósitos exclusivamente hedonistas ou egoisticamente interesseiros, resultando em brutais assassinatos, algumas vezes em massa.
Não são incomuns também os fanáticos idealistas que não titubeiam em sacrificar a própria vida ou a de seus seguidores por convicções extremas e absurdas. Existem ainda os pseudoexorcistas com conceitos alterados da realidade, onde sua obsessão em acabar com um mal ou liberar um corpo supostamente possuído por espíritos, vampiros e diabos, acabavam promovendo torturas, agressões e mesmo assassinatos. É de se perguntar se, às vezes, essas pessoas não estariam extravasando suas próprias inclinações sádicas nos exorcismos com agressões físicas.
Sempre existiram grandes quantidades de denúncias sobre "seitas satânicas", supostamente implicadas em todo tipo de delitos, desde macabros assassinatos rituais, profanações, tráfico de drogas, prostituição, etc. A figura do demônio tem servido à todo tipo de aberração da personalidade ou como bode (e bode é do diabo) expiatório das psicopatias e sociopatias.
Assim, casos tão dramáticos como o do Albaicím ou o de Almansa, onde uma mulher e uma menina morreram depois de serem ambas submetidas à selvagens "exorcismos" procedidos por crença cristã. Convencionalmente os crimes ainda serão chamados de satânicos, mesmo quando, na realidade, foram cometidos em nome de Deus, certamente por não existirem crimes chamados divinos.
psiqweb
Sempre que nos deparamos com notícias sobre crimes bárbaros e cruéis que, de alguma forma envolvem crenças, satanismo ou coisas do gênero, há uma tendência popular em atribuí-los a alguma manifestação da "loucura". Imediatamente a psiquiatria é questionada sobre qual eventual tipo de doença mental estaria em jogo.
A primeira questão a ser esclarecida é sobre a vocação popular em considerar louca a pessoa que opta por alguma seita satânica. Quando procuramos na internet páginas que fazem referência ao satanismo, em português encontramos em torno de 5.500 delas, 4.000 em italiano, 7.400 em espanhol, 78.500 em inglês e assim por diante. Faça o teste você mesmo e digite a palavra nos principais mecanismos de busca.
Ora, seria muita pretensão da medicina psiquiatrizar toda essa população pelo simples fato de discordarem dos princípios religiosos tradicionais do mundo cristão, budista, muçulmano, etc. Não podemos, de forma alguma, psiquiatrizar as pessoas que não comungam a mesma crença religiosa ou mesma ideologia política tradicional do sistema. Se assim fosse, seria manifestação de loucura um cristão vivendo na China, onde existem mais de um bilhão de budistas, ou um muçulmano em auto-flagelação em nosso meio, tradicionalmente cristão e coisas parecidas.
O segundo tópico importante a ser considerado é sobre a negação cultural de características próprias da natureza humana, normalmente envolvidas na questão religiosa, tomando erroneamente por doença atributos próprios da espécie. Há uma tendência cultural em suspeitar de doença as atitudes que acabam resultando na morte de pessoas.
Talvez seja mais correto, cientificamente falando, considerar a doença sob o ponto de vista cultural e, em seguida, sob a ótica do sofrimento e, finalmente, de acordo com os estados onde a consciência esteja prejudicada, preferentemente nessa ordem. Se não fosse nessa ordem, ou seja, se negássemos os aspectos culturais, correríamos o risco de considerar doença os milhões de estados de transe, onde há severo prejuízo do estado de consciência, que se observam em determinadas culturas.
Um dos aspectos da natureza humana em questão é a perene característica do ser humano em conduzir sua vida, desde o nascimento até a morte, sob os princípios da barganha. Ele, o ser humano, concebeu Deus com o principal propósito de protege-lo, conforta-lo e impulsiona-lo corajosamente para a vida. É difícil ao cidadão comum entender um deus que se dedique à proteção e cumplicidade com, digamos, seu vizinho. Um deus que exista também para proteger e abençoar seus inimigos. "Se Deus existe, Ele haverá de proteger a mim e minha família, dar-me oportunidades e iluminar meu caminho.... O vizinho, ora o vizinho... Ele que encontre o deus dele..."
O exercício da bondade, fraternidade, humildade, honestidade, retidão moral e toda sorte de atitudes pretensamente honrosas, e que não são, de forma alguma, naturalmente fisiológicas ao ser humano comum, têm como objetivo, primeiro a reciprocidade, ou seja o desejo de que procedam assim também comigo e, em segundo lugar, que me garanta um lugar especialmente confortável no céu, se na terra eu não conseguir mais nenhuma vantagem com tudo isso de bom que eu sou.
E entre os egoístas seres humanos, existem sempre aqueles um pouco mais egoístas. Existem aqueles que, em não tendo suas ambições atendidas por si mesmos, porque isso demanda competência, dedicação, esforço próprio, determinação..., e por não serem atendidos também por um Deus desejavelmente atuante e participativo, optam por negociar com outras entidades mais fáceis, menos exigentes e mais fisiológicas. Ora, essa tendência em lavar vantagem e procurar alguém para fazer por eles não pode, de maneira nenhuma, caracterizar uma doença mental..
O que nos confunde é que, sociologicamente falando, as atitudes humanas são argüidas sob a ótica do comum e desejável como requisitos de normalidade, ou seja, como se diz vulgarmente, "bater na mãe e arrotar na primeira comunhão" só podem ser atitudes de pessoas endemoniadas. O mesmo se pensa em relação às barganhas (como as promessas dos cristãos) de pessoas satânicas.
O sacrifício no satanismo, que pode acabar em crime ou assassinato, reflete também uma barganha em clara intenção de benefício do proponente, portanto, sem necessariamente vestígio algum de insanidade. Normalmente o perpetrante de crimes satânicos sabe sim, e muito bem, discernir o certo do errado, sabe a natureza de seu ato e tem noção das leis.
Por outro lado, assim como existem doentes mentais nas artes, na militância política, entre militares, médicos, advogados, religiosos, etc... também existem doentes mentais entre pessoas que se comportam satanicamente. Portanto, em havendo Doença Mental, que tipo seriam elas? Ou melhor dizendo; quais as eventuais doenças mentais que favoreceriam o desenvolvimento de atitudes satânicas?
Crimes Satânicos
Em algumas ocasiões, o fascinante e desconhecido mundo do esoterismo pode converter-se num terreno escorregadio, atraente e perigoso para todas aquelas pessoas que se deixam influenciar pelo lado obscuro do comportamento humano e pelas possibilidades fantasiosas de sucesso fácil.
A sociedade, ao longo de sua história, tem registrado uma grande quantidade de crimes e homicídios de assustadora crueldade e propósitos torpes relacionados à crenças religiosas. Devemos pensar nesses crimes sob 2 pontos de vista; primeiro, devemos avaliar se eles não satisfazem aspectos de uma natureza humana destrutiva, ambiciosa e cruel (vide Estado Natural do Homem de Thomas Hobbes). Só depois disso, devemos ver se eles não refletem uma insanidade que encontrou no fanatismo religioso vazão às fantasias e aos delírios da doença.
A dinâmica desses crimes é variável, refletindo desde pretensas inspirações divinas, esdrúxulas influências diabólicas, espiritistas ou extraterrestres, até estranhos rituais com propósitos exclusivamente hedonistas ou egoisticamente interesseiros, resultando em brutais assassinatos, algumas vezes em massa.
Não são incomuns também os fanáticos idealistas que não titubeiam em sacrificar a própria vida ou a de seus seguidores por convicções extremas e absurdas. Existem ainda os pseudoexorcistas com conceitos alterados da realidade, onde sua obsessão em acabar com um mal ou liberar um corpo supostamente possuído por espíritos, vampiros e diabos, acabavam promovendo torturas, agressões e mesmo assassinatos. É de se perguntar se, às vezes, essas pessoas não estariam extravasando suas próprias inclinações sádicas nos exorcismos com agressões físicas.
Sempre existiram grandes quantidades de denúncias sobre "seitas satânicas", supostamente implicadas em todo tipo de delitos, desde macabros assassinatos rituais, profanações, tráfico de drogas, prostituição, etc. A figura do demônio tem servido à todo tipo de aberração da personalidade ou como bode (e bode é do diabo) expiatório das psicopatias e sociopatias.
Assim, casos tão dramáticos como o do Albaicím ou o de Almansa, onde uma mulher e uma menina morreram depois de serem ambas submetidas à selvagens "exorcismos" procedidos por crença cristã. Convencionalmente os crimes ainda serão chamados de satânicos, mesmo quando, na realidade, foram cometidos em nome de Deus, certamente por não existirem crimes chamados divinos.
psiqweb