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Supermercados vão passar a ter etiquetas em braille

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Supermercados vão passar a ter etiquetas em braille
Pedro Resendes

A Fujitsu e a Unidade de Equipamentos Tiflotécnicos (UET), da ACAPO, uniram-se para lançar o sistema «Braille Etiq», que permite a etiquetagem em braille de produtos quotidianos, como bens alimentares ou de higiene.

Este novo sistema vem dar resposta à nova lei (publicada no Diário da República a 22 de Julho de 2008), que obriga certo tipo de estabelecimentos comerciais a implementar (até 22 de Janeiro de 2009) mecanismos de disponibilização de informação sobre determinados bens de venda ao público, para pessoas com deficiências e incapacidades visuais.

As novas etiquetas em braille vão disponibilizar aos consumidores invisuais informações como a descrição do produto, as características principais e o prazo de validade.

Em termos práticos, quando o invisual vai às compras, o empregado que o atende processa todos os produtos na registadora (como habitualmente) e, no fim, insere o talão da compra no sistema. O Braille Etiq imprime, de seguida, as respectivas etiquetas (em braille e em escrita normal), que o operador de caixa colará nos produtos adquiridos.

Em alternativa, é possível encadear o registo da compra e a impressão das etiquetas. Neste caso, as etiquetas já estão a ser imprimidas conforme os bens são passados na registadora.

«A integração de novas tecnologias nas grandes superfícies comerciais (…) motivam agora o desenvolvimento de soluções que melhorem a experiência de compra de pessoas com necessidades especiais», explicou João Carvalho, responsável pelo sector de retalho da Fujitsu.

De facto, o sistema Etiq Braille promove não só uma melhoria na compra, mas, sobretudo, uma «melhoria significativa em casa», como revela Rodrigo Santos, gerente da UET e director da ACAPO.

De acordo com os depoimentos de invisuais como Ana Sofia Antunes, Fernando Santos e Aires Alves, é muito difícil para alguém que não vê distinguir as várias embalagens que se tem por casa, como latas de insecticidas e purificadores do ambiente, leite e sumos, latas de comida e latas de ração para animais, entre outros.

«Uma vez aqueci um biberão de vinho para a minha filha, convencido que era leite», partilhou Fernando Santos, entrevistado no âmbito da apresentação do sistema.

«Trata-se de uma solução flexível», sublinhou João Carvalho. A tecnologia é compatível com todos os sistemas operativos. Os estabelecimentos que adoptarão esta tecnologia terão que realizar um investimento de cerca de 3500€, e precisarão de cerca de duas horas e meia para instalá-la e formar o pessoal.

«É uma solução totalmente concebida por técnicos portugueses, que já despertou grande curiosidade no estrangeiro (França, Inglaterra, Itália, Holanda, Espanha) pela eficácia que apresenta», comentou João Carvalho.


DD
 
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