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Cometa do Século: ISON se aproxima do Sol a 87 mil km/h

Satpa

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Cometa do Século: ISON se aproxima do Sol a 87 mil km/h

O cometa C/2012 S1 ISON continua se aproximando da Terra e do Sol e ao que tudo indica não fará feio. Apesar da distância até o astro-rei ser bastante grande, o cometa está bastante ativo e se as expectativas se confirmarem, em novembro poderá ser visto até mesmo durante o dia. Será mesmo?

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Cometa ISON visto pelo observatório Gemini
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Uma nova série de imagens feitas entre fevereiro e maio de 2013 pelo Observatório Gemini, no Havaí, mostra que a atividade cometária de C/2012 S1 ISON é bastante alta, apesar de ainda distante.

Imagens registradas pelo telescópio de 8 metros de diâmetro, no comprimento de onda da luz vermelha, permitiram enfatizar alguns detalhes da poeira cometária e mostram que grande parte do material que compõe o objeto está "vazando" no espaço.

Dados coletados no espectro ultravioleta pelo satélite Swift, da Nasa, confirmam que ISON está perdendo cerca de 850 toneladas de poeira gelada a cada segundo. Essa informação permitiu aos cientistas estimarem que o núcleo de ISON tenha entre 5 e 6 quilômetros de diâmetro, com a coma - a cabeleira do cometa - medindo aproximadamente 5000l quilômetros de diâmetro.

Segundo a astrônoma Karen Meech, do Instituto de astronomia da Universidade do Havaí, que está estudando as imagens captadas pelo Gemini, a atividade do cometa diminui ligeiramente no mês de maio.

"Isso pode ter acontecido por ser o início da aproximação do Sol, o que pode revelar a vaporização de uma camada menos ativa ou densa do corpo do objeto", disse Meech. Para a pesquisadora, não há dúvida que a atividade crescerá muito à medida que ISON se aproximar mais do Sol. "Assim que o gelo começar a sublimar (passar do estado sólido para o gasoso), ISON vai nos revelar seus segredos", disse Meech.


Localização e Velocidade

Na última imagem feita pelo telescópio Gemini, em maio de 2013, ISON estava a 580 milhões de quilômetros do Sol, ligeiramente inserido dentro da orbita de Júpiter. No início de junho essa distância já havia diminuído para 516 milhões de quilômetros, situando o cometa entre Marte e o gigante gasoso.

ISON está viajando no espaço a 87 mil km/h e essa velocidade deverá ainda mais. Estima-se que em 28 de novembro de 2013 sua velocidade atingirá 1.36 milhões de km/h. Se fosse um avião, seria possível fazer uma viagem de São Paulo à Nova York em menos de 20 segundos!


Sobre o Cometa

Batizado como C/2012 S1 (ISON), o cometa foi inicialmente observado pelos observatórios de Monte Lemmon e Panstarrs, nos EUA, entre 28 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro de 2012 e teve sua órbita calculada com precisão a partir de observações feitas pelo astrônomo russo Artyom Novichonok e pelo seu colega Vitali Nevski, da Bielorússia, a quem cabem os créditos pela descoberta.

ISON é um cometa não periódico (o "C" inicial de seu nome indica isso). Isso significa que é um objeto que foi visto apenas uma vez, com órbita quase parabólica e período de retorno ao Sistema Solar de milhares de anos, caso retorne.

À medida que se aproxima da Terra e do Sol, as especulações sobre seu tamanho, magnitude e risco potencial começam a crescer. Estima-se que seu brilho poderá chegar a nada menos que 19 magnitudes negativas, o que em termos práticos significa um verdadeiro holofote no céu.


Aproximação Máxima

A cada dia ISON se aproxima mais e em 28 de novembro de 2013 deverá chegar a apenas 1.1 milhão de quilômetros da superfície escaldante da estrela, mas ninguém sabe exatamente o que pode acontecer. Em 26 de dezembro o cometa atingirá o menor ponto de aproximação com a Terra, a 60 milhões de quilômetros de distância, mas não há risco de colisão.

Apesar de todos os cálculos indicarem que a magnitude do cometa C/2012 S1 ISON será extremamente baixa durante o periélio (28 de novembro), fazendo-o brilhar mais forte que a Lua cheia, nenhum astrônomo amador ou profissional em sã consciência coloca a mão no fogo por isso.

Os cometas são bastante temperamentais e até novembro muita coisa pode acontecer. Se ISON seguir a orbita calculada, deverá contornar o Sol e seguir seu caminho. Outra possibilidade é ISON ser atraído pela gravidade e ser destruído pelo calor escaldante da estrela. Antes disso, porém, o cometa poderá se partir em vários pedaços ou então entrar em Outburst, um fenômeno que faz com que um cometa repentinamente perca muita massa e passe a brilhar centenas de vezes.

O que vai acontecer exatamente com ISON ninguém sabe, mas a aproximação máxima está chegando!


 

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Sem muito brilho, cometa ISON já desponta no horizonte

Sem muito brilho, cometa ISON já desponta no horizonte


Na medida em que o periélio do cometa ISON se aproxima, mais começa a chamar a atenção e as primeiras tentativas de registra-lo já começam a dar resultados. O cometa está acima do horizonte nas pré-manhãs, mas ainda é um alvo visual muito difícil para os simples mortais.

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Não é exagero dizer que C/2012 S1 ISON pode ser o Cometa do Século. Afinal, no dia 28 de novembro o objeto passará a apenas 1.1 milhão de km da superfície do Sol e se as expectativas se confirmarem poderá brilhar mais que a Lua Cheia. Naturalmente, isso não acontece todos os dias.

O problema é que essa data está se aproximando e devido à sua posição no espaço ISON não pode ser visto com facilidade, pois está bastante ofuscado pela luz solar. Para registra-lo é preciso ter um telescópio de grande porte e ainda assim exige técnicas avançadas de astrofotografia para vê-lo.

ISON está disponível no céu nas pré-manhas e nasce um pouco antes do Sol, o que significa que ainda está praticamente colado ao horizonte quando os primeiros raios de luz começam a iluminar a alta atmosfera. O resultado é que o céu não está escuro o suficiente para vê-lo com facilidade.

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Carta celeste do cometa ISON em 17 de agosto de 2013​

A imagem acima foi feita pelo astrônomo amador Bruce Gary, no Arizona e foi registrada no dia 12 de agosto através de um telescópio de 280 milímetros equipado com câmera especial para astrofotografia.

Mesmo com um equipamento de boa qualidade, ISON ainda aparece muito tênue, 6 graus acima do horizonte.

Segundo Gary, o cometa aparenta estar na magnitude 14, ligeiramente menos brilhante que o esperado, mas cinco vezes mais forte que na metade de maio, quando já apresentava grandes dificuldades para observação.

Apesar de ainda ter muito tempo para aumentar de brilho até o momento da máxima aproximação, as previsões mostram que ISON pode não atingir o fantástico brilho previsto ainda no início do ano.

Para Gary e seus colegas, pelo andar da carruagem ISON não deverá brilhar mais que a magnitude zero quando estiver próximo ao periélio. Em termos práticos isso significa que ISON brilhará como uma estrela, muito distante do fulgor de uma Lua esplendorosa.

Apesar desta previsão não ser muito animadora para os astrônomos de plantão, até o periélio de novembro muita coisa ainda pode acontecer.

Bons céus!


Artes: No topo, imagem do cometa ISON feita pelo astrônomo amador Bruce Gary, registrada com telescópio de 11 polegadas. Acima, carta celeste mostra a posição do cometa na pré-manhã de 17 de agosto as 05h45 BRT. Créditos: Bruce Gary, Apolo11.com.


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